Estudo de caso: O desaparecimento de uma moça e uma fantástica libertação.
Elisa começou a desenvolver, há cerca de 9 anos, uma espécie de brotoeja no meio das costas. Em alguns meses espalhou por todo o corpo e ela sentia coçar muito. Na piora, ela buscou trabalhos em doutrinas espiritualistas, nas quais muitas coisas eram ditas, mas não havia melhora. Alguns dermatologistas deram o diagnóstico de Dermatite Atópica e outros de Psoríase, começou um tratamento para psoríase à base de radiação solar, passou pomadas para alergias, medicações caseiras, mas nada resolvia. Em 2010 ela e a família foram morar em Uberlândia, onde ela recebeu o diagnóstico de Lupus, realizou tratamentos, mas nada resolveu. Voltaram para Brasília, começaram a frequentar um Centro Espírita e receberam a informação de que a doença se tratava de uma questão kármica. Elisa sofria com rachaduras nas mãos e pés, "alergias" espalhadas por todo o corpo. Realizando tratamentos espirituais nesse Centro Espírita, houve uma significativa melhora das alergias do corpo e dos pés, mas a das mãos nunca se resolveu, some e volta frequentemente, trazendo bastante sofrimento. Recentemente surgiu nos braços e costas também.
Elisa é uma pessoa que trouxe uma mediunidade ostensiva desde pequena, sentia muito medo à noite, por ver espíritos e ninguém acreditava nela. Na adolescência, foi levada pelo pai a um Centro Espírita para "fechar" a mediunidade, mas o medo a acompanha até hoje. Ela tem um coração bom, altruísta, com dificuldades de se impor, de ser assertiva. A filha, que a acompanhou na regressão que será relatada mais adiante, diz que Elisa é uma pessoa carente de atenção, muito sensível e já teve tendências suicidas, mas nunca chegou a tentar. Elisa tem uma relação bastante delicada com a própria mãe, passou por um casamento complicado, cujo ex marido era alcoolista e essa tristeza a acompanhou por um bom tempo, além de sentir, em alguns momentos, muito medo de morrer. Realizou tratamentos psiquiátricos que impediram que ela cometesse, de fato, um suicídio. É uma pessoa que não gosta de ficar sozinha, preza muito pela proximidade da família. Mas sempre foi uma pessoa triste, com coisas mal resolvidas em seu coração.
Elisa veio acompanhada pela filha Gisele. Ao regredir, relatou visualizar algumas cenas que não se concluíam, via pedras, uma plantação pegando fogo, sentiu dor no estômago e sede. Lembrou-se de uma fazenda que ia aos quatro anos de idade, onde tinha crises de asma e ela gostava de ficar sozinha em uma pedreira. Viu também um abismo e uma pessoa lá em cima olhando, parece que ia fazer algo mas desistiu e depois saiu de lá. Diz que tudo sumiu, só se via nas pedras, sentindo falta de ar, tudo escuro "na frente". Mas a recordação não fluiu e ela não quis dar continuidade. Sua filha assumiu a regressão em uma RAD (regressão à distância) no mesmo momento, já sentindo algumas sensações típicas de quem está prestes a regredir. Elisa sentou-se próxima à filha e assistiu tudo.
"Eu tou vendo como se fosse uma estrada, num lugar muito escuro, como se eu estivesse correndo para sair do lugar, mas muito escuro. A impressão que eu tenho é que as paredes são de pedra. Tá frio...Parece que a pessoa está tentando sair, corre, se cansa, esbarra nas paredes tentando sair. Medo. Chega num lugar que não tem mais saída. A pessoa passa a mão na parede tentando...Parece que tem um lugar para sair em cima, mas está muito alto. Tá muito frio, ela fica olhando para cima, está à noite e muito frio. Ela fica tremendo de frio, tá muito frio, tá à noite, tá muito frio (ela tremia de frio de fato, enquanto visualizava a cena). Acho que a pessoa morreu. Não sei se morreu, ou se está meio inconsciente, deitada no chão com frio...
Parece que tem uma pessoa do lado dela. Uma mulher, falando para se acalmar, aquilo já passou...Parece que estão mostrando algum lugar para ela sair, com um pouquinho de luz, como se fosse uma caverna e a luz tá um pouquinho longe. Mas ela tá tentando ir. Ela sente muito frio ainda, dificuldade para andar, uma pessoa muito magra, mas parece nova. Parece que é magra porque sofreu com fome e ficou magra.
Parece que colocaram ela num lugar quente, tentando fazer o frio passar. Ela vai se sentindo aquecida aos poucos. A sensação foi forte, é difícil...As pessoas tentam falar com ela, aquecê-la, mas ela fica muito ligada à situação do frio. Falam pra ela que já passou. É como se fosse a enfermaria de um hospital. Uma mulher está falando com ela. Fala pra ela descansar, que agora não vai mais sentir frio, que é um lugar seguro e ninguém vai fazê-la mal. Ela conseguiu dormir, o frio passou...
O lugar que ela tava parecia uma caverna. Parece que ao mesmo tempo que está deitada na cama quente, ela fica pensando no lugar. O frio já diminuiu bastante. Nesse lugar ela começa a melhorar. Parece que volta um pouquinho o aspecto físico. Ela consegue ficar de pé. Cabelo preto, altura dos ombros, parece que sofreu bastante. Como se estivesse de pé e de costas, não consigo ver o rosto. Sente muito medo.
Esse lugar (a "caverna" em que ela estava) parece ser um lugar na própria natureza, mas tem um portão. Acho que não era para ela sair de lá. O lado de fora do lugar é como se fosse uma montanha de pedras bem alta. Tá à noite. Alguém disse que ela recebeu ajuda e ficou tudo bem. Não consigo ver nada, mas um lugar por fora, bem alto. Não tem vegetação, nada, só esse lugar de pedras, não são nem montanhas, são pedreiras mesmo.
Parece que voltou a mesma... A impressão que eu tenho é que o lugar era úmido e a pele foi ficando podre, de ficar fechada lá dentro muito tempo. Muito úmido e foi machucando o corpo dela. Ela não entende por que colocaram ela ali. Parece que vem na mente que foi um homem, mas ela não entende o porquê. Mesmo lá dentro ela não tinha revolta, só tristeza, desesperança, mas não tinha revolta...
Sinto começar a me mostrar outro quadro mas...Parece que ela não consegue se desligar da situação dela com medo lá dentro, tentando sair, o chão está tão frio, que parece que nem sente os pés, de tanto correr.
Parece que na enfermaria ela ficou bem, Por mais que a situação tenha sido bem marcante, ela conseguiu se desligar. Consigo vê-la bem melhor. Pelo menos a pele está limpa.
Nossa, muita dificuldade para engolir agora. Alguma coisa dificultou muito engolir, ficou muito tempo com sede. Acho que o frio afetou um pouco o pulmão também. Tá muito difícil para engolir.
Não é a mesma pessoa mais. Eu não consigo ver, mas não é a mesma situação. É uma pessoa com muita raiva. Ela tá com muita raiva¹. Parece que a pessoa que está com raiva é a pessoa que prendeu a moça. Chapéu, sentado numa cadeira de balanço. Ele tá sentado na varanda de casa e tem o hábito de ficar mexendo as pernas na cadeira. Parece um senhor de idade. Não sei se ele fica mexendo por hábito ou alguma doença da idade. Agora parece que está triste. A impressão que eu tenho é que ele está sentado e lá na frente tem algo pegando fogo. Parece que tem umas vozes... Não, é uma pessoa pensando que vai ficar louca. Dizendo que vai ficar louca nesse lugar, para tirar ela daqui. Ela grita para tirar ela daqui e xinga.
Parece que essa pessoa que está gritando e esse senhor que está sentado são os pais dela. Parece que quando a moça se sentiu melhor foi lá para ajudá-los, mas eles estão com o pensamento muito fixo, não percebem a presença dela. Realmente tinha uma plantação queimando e o senhor ficava olhando para ela. Mas não sei por que ele ficava olhando e não ia fazer nada. Parece que levaram ela de volta para a enfermaria e ela vai descansar agora. Alguém está colocando uma meia no pezinho dela, está bem frio.
Eu consigo ver a pele bem melhor. Ela começou a ajudar as enfermeiras nesse hospital, embora seja triste, já consegue sorrir um pouco. O hospital conseguiu mudar o ânimo dela um pouco. Ela se sente bem ajudando. Ainda é magra, mas uma aparência bem melhor. A enfermeira que a ajudou parece que a ajuda no hospital. Ela faz uma função bem simples, mas a enfermeira está ajudando. Elas visitam outras pessoas que ficam nos quartos. Um lugar bem bonito, bem cuidado. Ela tem uma aparência de não mais que 17 anos, era nova...
Parece que como era nova, não entraram no mérito de por que aconteceu, mas pedem para perdoar. Ela tem um coração tão bom, ela não guarda mágoas, mas não quer lembrar deles mais, nem voltar lá, quer estar no hospital aprendendo.
É uma pessoa triste, mas boa. Não vejo ódio, nem raiva, só uma interrogação mesmo do porquê. Parece que ela sente falta de alguém que ficou, um homem. Parece que sente mais falta dele do que dos pais. Ela sabe que tem que continuar no hospital aprendendo e fazendo o tratamento dela. Ela está bem tranquila. Ela aceita que tem que ficar lá até ficar boa, completa...
Parece que depois de um tempo, ela com a fisionomia mais adulta, parece que ele vai para esse mesmo lugar também. Mas não ficam mais no hospital, eles podem passear, fazem planos. Mas ela tá bem. A pessoa que está com ela traz muita segurança, ela quase não lembra do que aconteceu. É um lugar bem bonito. Ela não está mais triste, Ela está bem, fazendo planos com a pessoa. Eles conversam. Não sei se falam para ela por que fizeram aquilo, mas ela tá bem tranquila. O aprendizado é que é importante para ela aceitar e...Parece que durante as conversas era como se eles estivessem programando para reencarnar. Eles têm entendimento, como se a reencarnação fosse algo possível. Não sei se já tinham conhecimento na vida terrena, mas fazem planos...
Parece que eles (os pais) desencarnaram também. Não consigo vê-los na fazenda, só a casa vazia².
Ele (o pai) sente muita culpa pelo que aconteceu com a mocinha. O senhor e a senhora sentem a culpa. Acho que ele, porque ela parece uma pessoa tão descontrolada, que ela não consegue sentir direito os sentimentos. Ele parece uma pessoa muito séria por conta do status ou da época. Mas ele gostava muito da mocinha, sentimento de pai mesmo. Parece que foi ele quem tacou fogo na plantação quando ela sumiu. Parece que ele foi definhando de tristeza, por não saber por onde procurá-la. Ela (a mãe) se sente culpada, parece que tem algo a ver com o sumiço. Mas não fala pro marido. Parece que tinha inveja, uma pessoa descontrolada. Ela tem algo a ver com o sumiço da mocinha, Não sei se foi ela quem pediu para alguém jogá-la ou se ela sabia quem foi mas não se importou.O senhor parece que perdeu a graça de viver depois que ela sumiu. A senhora sente muita culpa, mas não conta. Eu vejo a casa e é como se a culpa e o descontrole fossem tão grandes, que ela começou a se sentir dentro de um lugar fechado, parece que não amanhece, sempre de noite. O senhor na cadeira lá fora. A senhora dentro da casa, muita culpa, Ele tão triste, que não se importa com o que acontece com a senhora.
A impressão que eu tenho é que eles morreram de velhice. Ele muito triste porque não conseguiu descobrir e a senhora um misto de culpa, raiva, inveja, descontrole...A casa está vazia, não consigo vê-los mais.
Parece que depois de um tempo ele (o pai) consegue ir pro mesmo lugar que a ela (a filha) está, perto do hospital. A senhora não foi. Ele ficou muito feliz de ver que a filha está bem. Ele também parece uma pessoa de bom coração. Mas a senhora não está no mesmo lugar que eles. Não consigo vê-la junto com eles, só vejo os três, o senhor, a mocinha e o rapaz. Ela não foi pro mesmo lugar que eles. Não consigo ver onde ela está, só eles mesmo...Só consigo ver os três juntos, bem. E ela não consigo ver mais. Eles ficaram bem lá juntos...
A senhora não foi para um lugar bom, mas não consigo perceber se ela continua lá³. Parece que eles (os Mentores Espirituais) não querem entrar na questão de para onde ela foi. Parece que o foco eram os três. 'Esquece, que já passou.' e 'O passado é passado, o presente é Jesus', algum dos Mentores disse."
Após essa regressão, as alergias de Elisa praticamente sumiram, seu sono melhorou muito. Gisele relata que a mãe delirava muito durante o sono, misturando cenas oníricas com a vida real, além de sonambulismo. Mas atualmente ela está dormindo muito melhor. Com essa regressão, foi possível perceber a personalidade congênita da Elisa, que continha uma tendência à tristeza e ao medo, traços que a acompanham até hoje. Foi possível, também, entender a origem de alguns sintomas que ela manifestava atualmente, tais como a asma, as questões de pele e os medos. O acesso a essa experiência, que parecia estar reverberando com bastante intensidade em sua vida atual, desligou sua sintonia com essa vida, o que por si só trouxe uma melhora significativa dos sintomas, mas também trouxe uma maior compreensão sobre sua Reforma Íntima e, como o conselho de seus mentores, de perceber que é necessário deixar o passado no passado, pois o momento presente é o mais rico, é o mais importante. Em conversa posterior com Gisele, a filha de Elisa, pudemos falar um pouco sobre uma possível questão espiritual que tenha ocorrido nesta oportunidade de regressão, mas ela estará melhor detalhada na nota de rodapé abaixo.
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¹ Em conversa posterior com Gisele, que é médium atuante em um Centro Espírita, eu e ela tivemos a sensação de que no dia da regressão de Elisa, foi feito mais do que um desligamento de uma vida anterior. Possivelmente estava sendo feito um trabalho de libertação de algum espírito. Eu, ao longo da regressão, por meio da minha mediunidade, senti mudanças de energia, cheiros, toque e uma presença diferente, durante principalmente o momento em que Gisele relatava estar vendo os pais daquela moça. Gisele relatou na conversa que também sentiu uma presença diferente e que quando notou a mudança do cenário, pelo sentimento de raiva exacerbada que lhe chegava, sentiu uma mudança em seu corpo, típica mudança que ela sente durante seus trabalhos mediúnicos. Ficou a sensação, para nós, de que possivelmente o espírito que tinha sido mãe de Elisa naquela vida pudesse estar ali presente, assistindo a regressão, ainda presa em seus sentimentos de desespero, culpa e inveja, recebendo esse desligamento também e tendo a chance de retomar alguma consciência de seu passado, libertar-se e seguir seu caminho na luz. Trabalhos como esses não são impossíveis de ocorrer durante uma regressão. São os mistérios do mundo invisível e o enorme amor incondicional dos Mentores, que estão sempre dispostos a ajudar como podem.
² Às vezes, quando uma pessoa realiza sua regressão e relata outros personagens que estiveram intimamente relatados em alguns sofrimentos ou vivências, os Mentores trazem a oportunidade de também desligá-los dessas experiências, por meio de uma verdadeira regressão à distância. Na regressão de Elisa, ficou evidente que era possível e necessário beneficiar, também, os espíritos que foram seus pais naquela vida. Assim, após o completo desligamento daquela persona que Elisa já foi, da mocinha, volta-se à vida dos pais, a fim de levá-los também a um ponto ótimo e desligá-los desses sentimentos que foram mostrados. Encarnados ou desencarnados atualmente são também beneficiados por esse desligamento. No caso, foi possível levar o espírito que foi o pai até seu ponto ótimo.
³ O espírito que foi a mãe não chegou ao ponto ótimo. Isso nos faz ter ainda mais certeza de que ela pudesse estar, até hoje, vibrando naquele sofrimento que vivia. Motivo pelo qual não foi possível visualizar como ela foi ficando bem, pois de fato não ficou bem até o momento atual. Isso trouxe uma certeza ainda maior de que nossa sensibilidade pudesse estar certa, quem sabe os Mentores Espirituais não a levaram até lá para começar seu processo de melhora até seu ponto ótimo de fato?
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