Estudo de caso - Leitura de Alma: O saber secreto
Saindo desse cenário, que não consigo entender direito o que
é, mas é como a gente já tinha entendido, era meio que no Egito. Eu ajudava
pessoas, era como se fosse uma alternativa popular de tratamento. Eu me vejo em
volta de pessoas que estavam ali escravizadas, porque se não fossem pessoas
como eu, aquelas pessoas escravizadas ali não teriam ninguém para cuidar delas,
elas morreriam mais facilmente, com cortes, adoecendo, coisas assim. Mas ainda
nesse lugar amargo de ser procurada para ajudar, mas ainda ser tida como a
esquisita. Pelo que estou entendendo, eu não me importava, porque eu até
preferia fazer aquilo do que ter um cotidiano como escrava, levando peso nas costa. Eu era meio preservada. Mas ainda assim, vem esse sentimento um pouco de desajustada, fora do grupinho, fora do senso comum…
É como se eu fizesse essa ponte entre esse sacerdote, que não
era acessível a qualquer pessoa, e o povo… A partir do momento que eu vi que
esses saberes estavam querendo ser roubados, um movimento tava acontecendo, eu
me fechei. O que eu tou vendo agora é que eu fechei o lugar em que eu morava e
tou saindo, indo embora. Não é um sentimento de estar fugindo, mas de que não
tenho mais nada para fazer aqui, porque não estão deixando… é uma vida que fica
solitária, peregrina, justamente por esse voto de silêncio que eu mantive.
Custa muito caro esse silêncio… é como se eu tivesse feito um movimento
magístico para guardar essas informações dentro do meu sistema, dentro de mim e
não consigo acessar… fiz isso para ficar mais leve, por não poder falar… é
muito dolorido, estou sentindo mais nas emoções assim… tá diferente essa
regressão², tá menos visual e mais no corpo… Me vem só uma vontade de só
arrancar, descartar mesmo, já que é algo tão complexo, tão difícil de lidar…
tirar e jogar no mato, facilita… mas parece que nem isso eu posso fazer, de tão
amarrada que estou com isso. Não posso jogar fora e também não posso acessar…
pelo que estou entendendo, esse foi o pacto, a magia que foi feita. Ou eu
acessava com segurança, ou aquilo morria comigo. Não poderia simplesmente fazer
uma magia para que sumisse de dentro de mim. É como se fosse um fardo. E é tudo
isso… esses emaranhados são todos feitos de magia, de manipulação de energia
mesmo, ativa!
Me frustra um pouco, porque parece que pelo menos por agora,
as possibilidades são me abrir para acessar isso, para que não fique tão pesado
e possa beneficiar as pessoas, ou se eu quiser tirar, pelo visto parece um
processo mais complexo, que não vou nem conseguir fazer hoje… pelo que estou
entendendo precisa ser feito um corte magístico muito elaborado, que não é
simples, se eu quiser simplesmente tirar isso e não lidar mais com isso e isso
me frustra muito, porque eu me sinto tirada do meu livre arbítrio. Não é que
não tenha como, mas é como se ainda fosse ser uma batalha para eu conseguir
fazer isso, magia antiga e de “boa qualidade”, digamos assim…
Tou tentando entender, porque tá engraçado. Não tá sendo por palavras, nem imagens, tá sendo por sentimentos… eu tou “tá, se eu tentar me abrir para acessar isso, será que faz sentido para essa vida que estou agora?” Mas aí é essa jornada do quebrar crenças, porque foram várias vidas, que nem a que eu vi da camponesa, em que eu fui machucada, por deter conhecimento desse tipo… Nessa vida de camponesa eu não tinha noção desse acesso, mas ainda assim eu trabalhava com ervas, com remédio, pelo visto é do meu espírito isso, não importa em qual vida eu esteja… a sensação que eu tenho é que não existe uma realidade onde eu possa não viver à margem, sem me sentir julgada… E eu não sei se tou pronta para bancar isso, embora meu coração queira. Embora, em algum nível, eu já faça. Eu não sei se eu quero bancar o modo full, o modo completo de viver novamente essa vida. É como se eu já vivesse ela, só que no “café com leite”, sabe? Eu vivo ela, mas eu também tou na ciência… sou apenas uma louca acadêmica, não sou uma louca completa. Parece que a ciência dessa vida de agora vem como um amortecedor. De validação crucial. E eu não tou conseguindo abrir mão desse lugar, mesmo que eu queira. Porque eu tenho medo. Por isso que eu vou resistindo… sinto que ainda é comigo… é algo menos simples do que eu imaginava, do que eu achava… embora eu queira e queira muito, meu coração tá gritando por isso, parece que é uma das poucas formas de existência na qual eu vou me sentir parte, nessa vida terrena… mas o preço é esse… parece que o preço é alto das duas formas.
Ou eu vou morrendo por não viver isso, por não falar, ou eu posso
morrer por falar. Eu sinto a presença de Hécate, que é uma guia espiritual
minha que sempre se mostra, e ela é a rainha das encruzilhadas. O que eu sinto é
ela tentando me mostrar que eu posso, literalmente, escolher qualquer uma das
duas, que eu não sou obrigada a escolher nenhuma, não existe essa obrigação
cármica mais, isso já foi. Mas a questão é: qual das consequências eu vou
preferir sustentar? A sensação que eu tenho é que eu vou ter sucesso em
qualquer uma das trilhas, essa escolha não limita o meu sucesso, não é para eu
me sentir obrigada a viver mais essa vida mais magística, em detrimento de uma
vida mais acadêmica, mas a escolha é em relação à consequência do que vai me
fazer mais feliz. Então muito além do que qualquer quebra de crença ou coisa
parecida, a questão é uma escolha plenamente consciente e adulta do que eu vou
querer bancar… com todas as consequências no pacote. Esse é o primeiro passo.
Não dá para ficar mais em cima do muro, tá me cansando demais e um pouco desse
meu cansaço físico que tou sentindo, dessa drenagem que apareceu ontem, que
tava me sugando, eu tava tentando entender… na verdade é esse movimento de
estar presa entre dois caminhos, isso está me sugando. Tem a ver com o meu
trabalho, porque a sensação é que enquanto eu tou atendendo como psicóloga, que
eu ainda atendo, eu não tou sendo 100% verdadeira, eu não tou ali, e isso me
gasta muita energia. E quando eu trabalho com cerimônia, parece que não tou me
entregando por completo e esse movimento me drena mais energia do que eu
poderia…
Eu continuo me vendo nessa cena, como se fosse aquelas estradas, no meio do deserto, chegou numa encruzilhada em que tem duas pistas… Hécate está bem no meio, com duas tochas na mão, iluminando os dois caminhos. Como se eu visse que os dois estão OK, que tá tudo bem também se eu quiser largar o mundo holístico, da natureza mais pura, raiz e ir pro doutorado, pra essa parte de pesquisa… e também não significa que um exclui o outro. Só significa que parece que eu vou ter que escolher qual vai ser a minha base e entrar nela… firmar nela… se vou ser uma psicóloga acadêmica que estuda sobre a natureza, ou se eu vou ser uma mulher medicina, que estuda sobre Psicologia, como uma forma complementar de entender, mas a base precisa ser escolhida. Porque a sensação que eu tenho é que eu não sei quem eu sou e isso tá me drenando energia.
A Psicologia é seca… ela é a parte, não é o todo. E que o
outro lado parece que é úmido e fértil, como se fosse aquela terra preta, que
tá pronta pra receber sementes. Eu sinto que essa escolha não termina aqui, que
eu vou precisar fazer mais trabalho, mais terapia, mais coisas, para que esse
lugar possa ser assentado, depois da minha escolha. Ainda tem muito sentimento
de vergonha, humilhação, de menos valia acumulado, por séculos e séculos,
literalmente. Sentimento de pobreza mesmo, de uma devoção que vai pra esse lado
do voto de pobreza também, mesmo que eu não sinta que exista, mas é como se
tivesse essa crença de que para trabalhar com a terra é preciso essa vida
humilde, escassa de recursos financeiros… então esse aqui é um novo começo de
uma trilha, vou começar a caminhar agora. Eu me vejo já dando passos dentro de
uma das estradas, nessa estrada da mulher medicina, da minha base, da minha
essência. Que vai ser ativada, que vai ser a protagonista, vai sendo a mulher
medicina. Com o auxílio de elementos da Psicologia, isso não é um problema. Mas
o que eu sinto é que a diferença no olhar. É o entender aquela pessoa que está
na minha frente, de dar mais possibilidades para ela do que a terapia pela fala
e remédios… é o que eu acredito, é o que me move… tá muito caro não viver isso
de modo completo. Mas é isso, tou indo sabendo que ainda tem vários percalços
para começar a correr dentro. Tou andando, como se esse caminho estivesse cheio
de pedras e obstáculos. Para que eu consiga andar livremente e correr…
Sinto a bênção de Hécate, sinto a benção da minha
ancestralidade, que eu tenho suporte espiritual para ir. E que quanto mais eu
me conectar com esse suporte, mais fácil vai ser… mesmo que em algum momento eu
não for acreditada pelos encarnados, eu vou ter esse porto seguro espiritual.
Que é para eu confiar.
E é isso, parece que, pelo menos pra hoje, o desfecho que eu
vejo é esse… eu caminhando como se fosse uma trilha na mata, que eu tou tirando
os galhos para andar, umas pedras que estou escalando para continuar nessa
trilha…
(Como se sente?) aliviada… mas ainda assim, um sentimento de
cansaço, que eu acho que é comigo, de eu entender que às vezes vai ser
cansativo mesmo, no começo… e achar formas de me ajudar, inclusive com o meu
conhecimento. Mas é isso, uma sensação um pouco de esgotamento. Como se eu
tivesse que começar a correr uma maratona, já estando meio cansada… uma carta
meio nove de paus, o guerreiro segurando o tronco, pronto para a batalha, porém
cansado.
O que eu sinto é que não há a necessidade de ter pressa, mesmo
que o caminho já tenha sido escolhido. E essa transição completa, de eu
realmente finalizar o atendimento psicológico, não precisa ser apressada,
corrida, drástica, porque eles bem sabem a mentoranda que eles têm, é bem o meu
jeitinho… que eu posso usar esses proventos que estão vindo dos serviços da psicologia,
para fazer um campo de segurança financeira. E que sim, não vai ser uma coisa
próspera financeiramente de primeira e eles sabem que isso me dói um pouco e
muitas vezes quando alguém tirava tarot pra mim e via isso, era algo que me
travava um pouco de tomar essa decisão. Então vai ser bastante trabalho, até
que isso gire financeiramente de uma forma abundante, confortável, que nem era
na Psicologia. Isso para mim é mais uma pedra no caminho, porque eu fico “uai,
se eu tou seguindo o meu propósito, fazendo tudo direitinho, por que vai
demorar para ser próspero financeiramente?” Mas na real é que eu só não quero
passar perrengue… Claro que todo mundo quer conforto, mas é isso, eu só não
quero ficar preocupada de como vou pagar uma conta e não ter dinheiro pra
conta. Mas aí vem o confiar… estou narrando a conversa que estou tendo dentro
de mim, tendo com eles… esse confiar, estou num caminho espiritual. O quanto
mais rápido eu conseguir me entregar e confiar para esse grande mistério, mais
rápida a prosperidade vem, não só nos cifrões, mas num local confortável para
morar, alimento, isso não precisa vir necessariamente dessa coisa da cidade,
que a gente aprendeu que todo trabalho é dinheiro e com esse dinheiro você
consegue as coisas. Que o ritmo e a lógica no trabalho da terra é outro, é uma
outra vida, não é uma vida urbana, digamos assim… a abundância passa por essa
etapa necessariamente do dinheiro, para você ir lá e comprar as coisas… tem um
detox de garota da cidade, do pensamento urbano de como me manter…
Acho que é isso, eu aceito essa informação, porque é uma
informação que desafia o meu Ego, digamos assim… Desafia o meu Ego e é uma das
consequências do caminho da fé… porque o caminho da cidade, acadêmico, tem essa
outra forma de ganhar dinheiro, né? De entender o valor do seu trabalho. De ter
uma casa bonita, com piscina e tudo o mais e isso mostra que você venceu na
vida. O caminho da terra é diferente… e eu sinto que vou ter que rebolar,
enquanto menina mimada de Brasília, e reaprender muita coisa… é mais profundo
do que eu estar escolhendo sobre a minha profissão.
(Como você se sente?) Eu me sinto mais confortável com a
escolha, agora que foi colocado visualmente, que eu pude entender qual era a
primeira escolha a ser feita, que precisava ser trilhada… Mas ainda assim eu fico
triste, porque parece que não tem nenhum caminho que eu só entre para ser
feliz, sabe? Que mesmo fazendo esse puta resgate, mesmo fazendo mil terapias e
coisas assim, eu ainda estou escolhendo um caminho onde terei que lutar muito. Eu
me sinto um pouco presa até, não sei, engraçado… talvez esse sentimento passe
depois e seja só o meu Ego bravo agora. Mas parece que eu tinha provavelmente
uma ilusão de que seguir o propósito e estar alinhada com o céu, a terra, as
plantas e tudo, ia ser um caminho mais simples de viver, mais fluido… só que
não…
O caminho da academia parece mais fácil, o caminho da terra às vezes passa pelo provar que funciona, provar que vale a pena, provar que o
valor que eu vou cobrar é justo…porque estamos em uma sociedade que ainda é
regida pela cultura da ciência laboratorial. Eu não tou indo pro lugar da
maioria, tou escolhendo o lugar da margem. Então parece que é isso, eu escolho
que meu coração vai ficar feliz, mas na prática o mental vai precisar trabalhar
mais. Essa parte de labuta vai ser mais intensa que a outra escolha… acabar
assentando, construindo consultório, trabalhar menos, cobrar um valor maior
pelas consultas… mas não era o que tava me realizando mais. Não tava
conseguindo mais…
Agora é aprender a viver nesse outro paradigma da terra. É
isso.
Tou feliz, eu sei que tou feliz, eu sinto que tou feliz. É o
que meu coração queria… e a gente sabe que a maior força e essa, onde o coração
quer e não o que a mente quer. Vou me acostumar com essa escolha…"
Com essa Leitura de Alma, compreendemos que uma escolha, mais profunda do que poderíamos imaginar, era necessária. A cada momento em que Thais abraçar a sua própria história, as verdades que já possui dentro de si, mais encontrará o seu espaço de leveza e encontrará a segurança e a prosperidade que almeja ter. De um lado, seu coração já vinha gritando para que ela abraçasse o caminho da terra; de outro, a mente e suas crenças limitantes, apontando o caminho mais materialista, científico, como o único caminho seguro e possível. Mas Thais compreendeu que a escolha é dela e é uma escolha consciente, que ambos os caminhos são positivos para a sua jornada, mas cada um leva a uma experiência. Qual experiência ela gostaria de vivenciar, verdadeiramente e completamente, em sua vida?
Com a escolha feita, agora Thais inicia uma nova página de sua história. Nessa eterna caminhada de reencontro com a nossa própria Alma, certamente ela reencontrará a trilha mais gratificante.
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² Leitura de Alma é um método / técnica utilizado no processo psicoterapêutico Almaterapia, em que é possível acessar, por meio de uma meditação guiada, conteúdos Divinos e Perfeitos para o autoconhecimento e a transmutação de estados energéticos e de consciência. Na Leitura de Alma explorada acima, Thais teve acesso a uma compreensão mais aprofundada sobre aspectos de vidas passadas e recebeu aconselhamentos e orientações de seus guias e mentores espirituais.
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