Estudo de caso: lidando com o poder
Heitor é um jovem adulto muito inteligente, que traz uma história de muitas oportunidades e bastante reconhecimento em relação às suas habilidades. Graduou-se em Direito e exerce há um bom tempo trabalhos bastante importantes na área, que demandam consciência, equilíbrio e honestidade. Quando realizou esta regressão, tinha acabado de terminar um relacionamento de longa data, mas queixava-se de um sentimento de arrependimento e vergonha, tendo em vista as atitudes que ele havia escolhido: mesmo construindo o relacionamento ao longo de anos, por vezes se viu aproveitando a vida com poucos limites. Esteve envolvido em experiências que envolviam álcool, sexo, tabaco, que de certa forma fortaleciam um senso de liberdade e autonomia extremas e traziam bem-estar momentâneo.
Ao regredir, acessou um cenário pomposo, era um salão com colunas altas, repleto de pessoas bem vestidas, como numa festa. Ele via álcool, pessoas conversando, circulando, parecia um evento de indivíduos de uma situação econômica bastante elevada. Logo em seguida viu um rapaz jovem queixar-se de alguém, dizendo que esse alguém "tinha tudo nas mãos, mas largou". Logo ele confirmou que esse indivíduo era seu filho naquela vida, ele estava extremamente magoado e preocupado, pois Heitor encontrava-se em péssimas condições de vida, aparentemente por ter tudo nas mãos, dinheiro, poder, plenas condições, mas escolheu usufruir de tudo isso de uma maneira prejudicial. Ele bebia em excesso, vivia afastado da família, tinha um caso extraconjugal, sentia-se pleno esbanjando dinheiro em suas festas e eventos exagerados. Colhia agora as consequências dessas escolhas em seu próprio corpo. Desencarnou doente.
Em seguida, via-se descalço, caminhando por um lugar muito iluminado. Uma paisagem que continha montanhas, animais, muita luz. Aos poucos ele foi se sentindo com menos medo e mais leve. Encontrou pessoas que já conhecia e começou a compreender tudo o que estava acontecendo. A energia das pessoas que tinham ficado acabavam reverberando nele. Era possível, no início, sentir a mágoa e o desespero de seu filho, que tanto o alertava, ele estava inconformado com a morte do pai, lamentava-se frequentemente. Heitor também conseguia visualizar olhos extremamente tristes com o ocorrido, que pareciam ser de uma amante que ele teve em vida. Neste momento ele teve a oportunidade de reconhecer aquele filho como seu atual pai. Devagar as coisas iam melhorando, os que ficaram diminuíam suas vibrações em Heitor e conforme ele ia compreendendo como as coisas ocorriam, ele tinha a oportunidade de aprender como utilizar suas mãos para a cura. Ali ele emanava uma energia que confortava os que chegavam e necessitavam de um acolhimento. Muitos ali gostavam dele e sentiram-se até tristes quando era a hora de voltar e "apertar os parafusos". Ele estava sendo preparado para reencarnar e recebia de um amigo, um homem alto com um chapéu diferente na cabeça, diversas instruções. Entre elas, haviam conselhos para não ter medo, utilizar o amor para fazer boas coisas, utilizar sua força para realizar curas e ter bastante cuidado com os excessos. Ele se via sentado e momentaneamente pôde ter acesso a diversas outras vidas que teve, ali ele assistia toda a sua transcendência e adquiria maior consciência de sua caminhada evolutiva.
Em uma das vidas que ele acessou, pôde ver com detalhes o que havia lhe ocorrido. Ele via um homem, como um sacerdote Maia, que usava todo o seu poder sacrificando outras pessoas. Ele utilizava um instrumento semelhante a uma foice e cortava suas vítimas na altura da barriga, num local semelhante a uma pirâmide alta. Mas todo aquele poder acabou sendo mal visto pela sociedade da época, não se sabe exatamente o porquê. Mas ele se sentiu e se viu sendo arrastado por algumas pessoas, como se estivesse sendo retirado de seu posto, diminuído. Via-se sendo preso dentro de um "quarto" pequeno e sabia que tinham tirado uma menina muito pequena de perto dele, ele sentia que era sua filha. Essa menina, que ele teve a oportunidade de reconhecer como sua mãe atual, ficou abandonada, ele sentia que a podia ver, mas não podia se aproximar. Ele se perguntava como e por que tinha tanto poder nas mãos, mas não podia exercê-lo.
Depois de visualizar esta cena, Heitor, naquela situação de programação e preparo para uma nova encarnação, adquiriu uma maior consciência de qual deveria ser sua reforma íntima. Ele se sentia pleno, leve, destemido, sentia-se pertencente àquele lugar, trabalhava em auxílio a diversos outros espíritos. Estava pronto para voltar.
Ao refletir sobre o conteúdo acessado, Heitor pôde perceber que sua profissão atual é uma magnífica oportunidade de estar diante de uma possibilidade de exercer o poder. Essa oportunidade por vezes lhe trouxe momentos de escolha, em que ele poderia utilizar sua inteligência para prejudicar a vida das pessoas ou conseguir garantir direitos sem que precisasse violar outras vidas ou abusar de seu poder. Ele se tornou consciente, então, de que aquelas situações eram gatilhos para sua tendência a lidar com dificuldades com o poder. Ali havia uma rica situação para entrar em contato com seus aprendizados, manter-se bem sintonizado, exercer o amor e fazer escolhas conscientes.
Ele compreendeu também que o poder podia ser exercido em sua vida pessoal. Aquelas atitudes que ele havia tomado ao longo de vários anos eram maneiras de exercer sua autonomia desrespeitando o próprio corpo e a própria saúde, mas também desrespeitando uma pessoa que convivia intimamente com ele. Apesar de já estar se sentindo arrependido por essas atitudes, ele pôde adquirir uma maior consciência sobre as possíveis consequências de seus atos, ou de possíveis escolhas que ele podia e poderá fazer dali em diante em situações semelhantes. Era importante cuidar de si e do outro e saber equilibrar a oportunidade de ter um poder nas mãos com diversos outros valores e questões.
Ao reconhecer seu pai como filho na vida que acessou, ele percebeu que atualmente seu pai trazia um sentimento extremo de cuidado, uma preocupação exacerbada com a vida e a segurança de Heitor. Ele associou esse comportamento a esse episódio vivido pelos dois no passado e compreendeu por que seu pai age e se sente dessa maneira atualmente. Depois percebeu nítidas mudanças na atitude do pai. A regressão, de alguma forma, também o beneficiou em suas sintonias.
Essa foi uma belíssima oportunidade de se desligar de uma sintonia que mantinha com uma vida de excessos. Heitor adquiriu consciência de seus atos passados e compreendeu o que planejou para si mesmo nessa encarnação. Dali em diante lidar com situações que estimulam a vaidade, o poder e os excessos seria uma tarefa um pouco mais fácil, ou ao menos mais consciente. É apenas uma questão de se avaliar e escolher o caminho da evolução.
Comentários
Postar um comentário
Ao postar dúvidas, por favor adicionar e-mail para resposta!