Estudo de caso: o trauma de ser mulher, o medo de viver.




Bárbara já teve algumas de suas regressões relatadas neste site, quando vivenciava sua primeira gestação. Nesta ocasião, que pode ser lida aqui , ela experimentava sensações de medos, desconforto e várias tensões inconscientes que, após as regressões, praticamente desapareceram e ela conseguiu levar a gestação até o final com bastante tranquilidade e otimismo. Com esse estado emocional e espiritual, ela se preparou para ter um parto natural, preparou toda a circunstância, contou com o auxílio de uma Doula, mas infelizmente acabou passando por algumas experiências delicadas e dolorosas, que a fizeram entrar em contato com outras faces de sua transcendência em relação à maternidade. O pós parto, o puerpério, unidos ao registro da experiência vivida e a algumas intercorrências que acabou experienciando depois, fizeram com que Bárbara se sentisse bastante fragilizada. Ela acredita ter passado por algo similar a uma depressão pós parto, que levou alguns meses para se solucionar. 
Alguns anos depois, com o primeiro filho já crescido, desejando aumentar a sua família e experimentar uma segunda gravidez, Bárbara tem se trabalhado internamente não para perder os medos em relação ao parto, em decorrência do que viveu em sua primeira gestação, mas para se trabalhar em relação a sentimentos de culpa, de incapacidade, de insuficiência em relação à sua maternidade. Foi um longo ano de "mergulho interior" para ir se trabalhando e perdendo o medo de abrir a sua vida para um pós parto novamente, experiência que a remetia a sentimentos de melancolia, desamparo aprendido e inabilidade. 
Após esse longo trabalho dela com ela mesma, abriu-se para as tentativas de engravidar, mas por alguma razão está há meses tentando e não tem tido sucesso. Nos exames médicos, é como se o sistema reprodutor estivesse "parando", pois não tem produzido óvulos e seus períodos menstruais têm sido muito espaçados. Toda essa experiência tem trazido sensações e pensamentos nem sempre conscientes que a fazem acessar muito profundamente sentimentos de frustração, de fracasso e de culpa. Ela frequentemente pensa que deve estar sendo punida por ter cometido erros no passado em relação à maternidade, porque não consegue entender como pôde ser mãe uma vez e agora que deseja com todo o seu coração, não tem a oportunidade. 
Nas semanas que antecederam a regressão a seguir, Bárbara sentia sensações de apatia, desânimo, como se estivesse perdendo a alegria, o propósito de estar viva. Sentimentos de culpa conscientes e inconscientes a estavam consumindo, a ponto de ela praticamente querer desistir de tentar, obrigando-se a aceitar que "não merece" ser mãe e por isso deveria se resignar. Ao mesmo tempo em que desejava muito ser mãe mais uma vez, um lado ainda sentia medo e ainda a questionava se ela realmente gostaria de se abrir para isso mais uma vez. 
Na regressão a seguir, os mentores trazem mais um capítulo de sua história com a maternidade e por que ela estava sentido todos esses sentimentos. Vamos mergulhar?


"Tem uma mulher, negra, tá em trabalho de parto. Tem algumas outras ao lado dela ajudando. Ela está de cócoras, tem um pano amarrado na cintura, tem duas segurando ela,  uma em cada braço. Ela ta sentindo dores. Tem uma criança perto, também negra, encostada em uma parede, escutando e espiando a cena. Tem uma outra mulher, parece mais velha, também negra, dos cabelos compridos e brancos, como se estivesse perto das pernas dessa que está parindo, para receber o bebê. O bebê sai, essa que está perto das pernas amparou com as mãos e logo em seguida a mãe desfalece no chão, de alívio. As outras continuam segurando ela. A mais velha se levantou, não vi como ela cortou o cordão umbilical, mas ela já se afastou com a criança nos braços. A menina continua observando na parede. Uma das moças que a estava amparando pelos braços, colocou essa que acabou de parir com a cabeça em seu colo e faz carinho na cabeça dela. Ela está bem cansada. Está meio sem reação, com o olhar vazio, meio apática. Só com um pano amarrado na cintura. Parece que a senhora chama uma das duas até um outro local, ela entrega o bebê que está amarrado num pano, ela leva até a moça (a mãe), elas estão com um semblante de preocupação. Como se ela tivesse levado para a moça testemunhar o sexo do bebê. Ela só assentiu com a cabeça alguma coisa. Nossa, minha cabeça está agitada. 
Parece que a menina, a criança, sai de trás da parede, vai ver a mulher. Parece que ela desencarnou, porque ela tá totalmente inerte no chão. O lugar parece coberto por uma lona, é um lugar bem humilde. Ela vê essa mulher sem vida deitada, sangrando e fica meio em choque. Estou vendo ela perto de uma plantação gigantesca, mexendo em alguma planta ou flor, tem um menino com ela. Ela tá com o olhar meio vazio, como se tivesse ficado meio traumatizada com o que ela viu. Não sei se ela tinha algum parentesco com a moça que desencarnou. Vejo que o menininho tenta puxar ela para brincar num grande descampado, mas ela fica meio, não sei, ela não está a fim.. Fica olhando uma florzinha pequenininha na mão dela, como se ela perdesse os pensamentos dela ali. Vejo que ela olha o espaço em volta, um descampado bem grande, tem uma casinha bem pequena. Ela se sente como se perguntasse qual é o sentido da vida. Alguém chama os dois de volta e ela vai com ele. Ela é bem magrinha, está descalça.
Tem um grupo de várias pessoas, também negras, estão sentadas no chão de algum lugar, como se estivessem comendo alguma coisa. Tem uma adulta que observa ela meio acuada, abraçando os joelhos, olhando pro nada. Tá todo mundo ali junto, conversando, tendo um momento em grupo. Adultos, crianças, como se fosse uma grande família. Ela tá bem à parte. Tá no meio de todo mundo, mas tá com a cabeça em outro lugar. Vem muito à mente dela a cena que ela viu, como se não conseguisse tirar do pensamento. Ela viu uma menina mais jovem, não tão jovem quanto ela, mas uma moça jovem, com um barrigão. Ela fica meio acuada, quase como se ela se sentisse ansiosa de ver a menina com aquela barriga, porque pensar que ela pode passar por tudo o que ela viu lá, faz com que ela tenha medo. Como se ela questionasse um monte de coisas, ela sabe que ela nasceu pelo mesmo processo, ela não entende por que ela sobreviveu e outras crianças não sobrevivem. Algumas mães morrem e outras sobrevivem... Como se ela questionasse isso, como se não fizesse sentido. Como se ela visse um ciclo sem sentido, em que uns morrem, para que outros nasçam. Às vezes outros morrem antes mesmo de nascer. Uma coisa sem sentido. 
Eu vejo ela mais velha, parece que está com um adereço na cabeça, parece um ritual de casamento. É como se fosse uma tribo africana mesmo... As mulheres são muito unidas, estão sempre juntas e elas estão meio que alegres, fazendo um ritual de preparação com ela, porque vai se casar. Como se fizesse parte da cultura mesmo. Mas ela continua com aquele ar meio apático dela, como se ela não quisesse muito viver nada, tá só cumprindo um dever. Vejo que elas cantam e dançam em volta dela, é uma festa mesmo, brincam entre si e sorriem e ela está inerte. Às vezes ela se descontrai um pouco, tenho a sensação de que é como se ela não se sentisse parte de nada, nada faz sentido, ela é uma mera observadora das coisas. Vejo que uma delas, mais ou menos na idade dela, se aproxima e pergunta por que ela tá daquele jeito. Ela até recua ao toque, é uma pessoa que não aceita muita aproximação física, só balança a cabeça como se dissesse que não tá acontecendo nada. Tá bem mais velha já, está o que o hoje eu diria que é uns 17 anos, talvez até menos. Ela usa um adereço na cabeça, tem umas pinturas, ela está de frente para um rapaz, que também tem uns adereços e alguma coisa pendurada no nariz, parece. Tem um homem mais velho que parece que celebra essa união e vejo que logo em seguida ele diz alguma coisa e todo mundo em volta começa a vibrar, gritar, comemorar. Tipo uma cerimônia mesmo. Ela sabe que já na primeira noite faz parte do ritual, da cultura, o rapaz desvirginar a mulher. Ela tem medo. Ela não é muito aberta ao toque. Vejo que o celebrante levantou o braço dos dois pro alto assim, ela deu um sorriso meio tímido, meio deslocada, ela cobre a barriga. Vejo ela muito com os braços na frente da barriga, como se a protegesse. Todo mundo fazendo festa em volta e ela só queria sair dali. Eu vejo que ele (o noivo) tenta ter intimidade com ela, devem ser as núpcias, o pós casamento, ela é muito fechada, não recebe toques com muita facilidade não. Tá bem ansiosa, bem incomodada, porque obviamente ela não quer se abrir para nada íntimo. Ela criou uma espécie de bloqueio mesmo em relação ao próprio corpo, à sexualidade, ela entende o que é o ato, entende que aquilo gera gravidez e enfim, é como se a cena que ela viu fosse tão traumática, que ela não se abre para nada que tenha a ver com isso. Mas acontece mesmo assim, ela não pode fazer nada. 
Eu vejo que ela passa alguns dias sentindo dor, se isolando mais do que antes, ela se sente constrangida, suja... Se sente meio inapropriada, sei lá. Ela sabe que tem alguma coisa acontecendo dentro dela, mas ela não quer aceitar, acreditar. É meio que surreal. Quanto mais ela pensa que pode ter de fato acontecido, mais medo ela sente. Quanto mais o tempo passa, mais em pânico ela entra. É como se ela sentisse uma certa aversão mesmo, não sei se parece bem um nojo, sei lá, algo esquisito. É como se ela visse aquilo como algo muito antinatural, ela não vê sentido em viver aquilo, ela não quer viver aquilo, ela rejeita e ao mesmo tempo tem medo. Aquilo faz ela se isolar mais ainda, se esconder mais ainda, perder qualquer sentido das coisas. Ela ainda é jovem, bem jovem. Engraçado que me sinto com a barriga gigantesca, como se me sentisse grávida. Ela não tem nenhum tipo de interação com o que está acontecendo com ela, é como se fosse algo a parte, ela não quer nem saber. Vejo que o bebê se mexe, ela está com a barriga gigantesca, mas é como se ela sentisse medo de nutrir qualquer tipo de sentimento por aquela situação, não sei se por medo de perder, do bebê morrer, dela morrer, não sei, medos! Ela não se permite se envolver com nada, prefere ficar fria. As mulheres estão sempre ali naquele grupo, paparicando, vejo que é uma comunidade muito alegre mesmo, entrosada, as mulheres sempre juntas. Ela se sente muito inadequada, deslocada, todo mundo ansioso esperando por esse acontecimento, vivendo a gravidez meio que por ela, é algo especial e tal, mas é como se ela se sentisse um et, porque ela vê todo mundo ali vivendo, sentindo e ela não consegue entrar naquele mundo. Ela até tenta sorrir, até tenta devolver o carinho, mas ela se sente muito inadequada, tipo um peixe fora d´água. 
Estou vendo ela sentindo as sensações de algo que devem ser contrações, ela tá vomitando muito. Está bem desnorteada, como se ela sentisse que ela vai morrer. Como se ela estivesse sendo levada para a fogueira, tá com medo de que vá morrer. Como se ela lutasse contra o que ela tá sentindo, como se todo o processo natural do trabalho de parto, do nascimento tá ali fluindo e ela tá querendo caminhar na direção oposta, ela tá relutante, com medo, ela não quer passar pelo processo, mas não tem o que fazer. Ela tá literalmente num estado de pânico. Me sinto com uma barriga de 9 meses. Sinto como se tivesse tendo contração mesmo. Ela chora muito, com medo. Toda hora vem à mente dela a cena da moça caída no chão. Ela tem certeza que ela não vai sobreviver. Nossa, é uma bagunça! É muito ruim. Continuo sentindo essa sensação da barriga, sentindo como se o músculo daqui estivesse empurrando pra baixo, mas eu não vejo nada. Na verdade é uma confusão gigantesca na cabeça. Tou vendo ela olhando pro céu, o céu tá escuro, tá olhando pra lua. Como se estivesse encostada ou deitada. Tá olhando com o olhar meio estatelado. Eu tenho a sensação de que na hora da "maluquice", da ansiedade, do pânico que ela tava, ela acabou se matando. É estranho, é como se eu mesma não quisesse ver. (táticas para incentivar a continuar a narrativa). Ela tá ansiosa, em pânico, as mulheres estão tentando acalmar ela, conversar com ela, chamar ela... É como se ela tivesse enlouquecido. Acho que ela pega um objeto cortante, acho que ela tenta abrir a barriga dela. Ela tá tão surtada, é como se ela quisesse parar aquilo de qualquer forma. Tenta abrir a barriga dela. As mulheres ficam muito assustadas, não sabem o que fazem. Ela vai perdendo muito sangue e sofre muito. Nenhum dos dois sobrevive, nem ela, nem o bebê. 
Acho que ela tá meio maluca, num lugar meio escuro. Como se ela andasse com a barriga toda aberta, com as 'coisas' penduradas. Está com os olhos virados, como se a situação do parto tivesse girado uma chave. Estranho. Ela ainda sente as dores do trabalho de parto, acho que ela não entende que não está viva, tá numa confusão mental muito grande. É uma cena muito feia. É como se ela fosse arrancando as coisas de dentro dela, como se ela achasse que isso fosse parar o que ela sente, ela não entende que desencarnou, que o quadro dela era meramente mental. Eu vejo ela caindo e ficando tipo entregue. 
Vejo a cena dela de novo espiando o parto, sempre teve curiosidade de entender o que acontecia naquela momento, já que só os adultos vivenciavam aquilo. Ela sempre foi curiosa, intrigada com as coisas da vida. Quando tudo ocorria bem, ela via as mulheres felizes, as crianças crescendo. É como se ela tivesse vivido uma grande desilusão quando ela viu o que aconteceu com a moça. Acho que ela ainda tinha uma certa fantasia em relação ao que acontecia. Vejo que ela virou uma criança, a forma dela, como se ela estivesse encolhida no escuro. Tou vendo uma senhora de pele negra que a segura no colo, como se fosse uma avó. Ela tá parecendo uma criança indefesa, com medo. Ela diz pra ela que está tudo bem, que já passou. Que ela vai ajudar. Ela tem olhos lindos, de muito amor. Elas desaparecem numa luz rosa. Ela tá no colo dessa senhora, como se estivesse ainda menor. Essa senhora balança o corpo como se estivesse ninando a menina e canta. Vejo que ela passa a mão pelo corpo dela, como se fosse limpando ela das impregnações, ao mesmo tempo em que ela balança a menina no colo e canta, ela passa a mão, como se estivesse dando um passe nela e tirando com as mãos essa sujeira, essa lama. Agora é como se ela estivesse envolta em uma grande bola de luz, vejo ela deitada em uma maca de costas, vejo as costas dela. Essa senhora chega perto dela, ela vira, tem muito amor. A menina tá bem mais nova, tipo uns 5 ou 6 anos. Ela abraça a senhora. Vejo ela sorrindo. Elas vão andando de mãos dadas. A senhora se ajoelha na altura dela, pega nas mãos dela, diz pra ela que agora era a hora dela entender algumas coisas. Ela toca o nariz da menininha e fala que ela vai aprender algumas coisas. 
Ela mostra um jardim para a menina. Vi uma criança tipo num balanço... Ela (a mentora) se abaixou na altura dela e falou que ali ela pode ser ela, sem medo. À princípio ela olha meio tímida, como uma criança que acabou de chegar num lugar novo, mas logo eu vejo ela interagindo com outras, se abrindo, brincando, sorrindo. Como se ela não se lembrasse de nada do que aconteceu. Vejo que mais tarde ela brinca, interage, diferente do que ela foi quando encarnada, lá ela consegue se soltar, se sentir pertencente. 
Vejo ela olhando atentamente alguém falando alguma coisa, ela tá tendo aula sobre o processo da reencarnação. Como se dão os processos de conexão do espírito com a mãe e de desligamento também. É uma coisa bem científica, precisa, cirúrgica. Ela vê que existe toda uma equipe que realiza isso. Como se fosse uma equipe médica mesmo. No momento em que um bebê nasce, se ele vai sobreviver, o espírito é acoplado ao recém nascido na primeira respiração. Os espíritos ajudam. Mas se o bebê não sobrevive, os espíritos já desconectam o cordão que ligava o espírito à mãe e levam imediatamente pro socorro. Ela entende isso e transmuta todo o trauma que ela teve naquele momento, porque ela passa a entender que um corpo é só um corpo, que o espírito é plenamente amparado. Ela passa a trabalhar com isso. Ela recebe numa espécie de enfermaria os espíritos em forma de bebê, como se fossem incubadoras. Ela vê sentido em tudo, ela entende todo o processo da reencarnação, a importância que existe no nascimento e no desencarne. Ela tem uma espécie de cicatriz na barriga, eu ainda sinto dor aqui (na barriga). Tem um grupo de espíritos que foram mães e morreram por intermédio da gravidez ou do parto, um grupo unido igual ao que existia lá na Terra. Todas se abraçam e se apoiam. Elas meditam juntas e enviam orações para as crianças que ficaram. Ela passou muito tempo tratando a região da barriga, reconstruindo o perispírito e as questões energéticas mesmo dessa região. Até que ela ficou bem e esse grupo de mulheres comemorou junto com ela, mas dessa vez ela tava entregue, tava feliz. Vejo ela com uma coroa de flores na cabeça sorrindo, como se estivesse em mais um ritual de passagem. Ela vai reencarnar. Ela vai tentar vencer o trauma dela sem medo. Ela não vai poder ter filhos, porque vai ter alguma função religiosa. Mas ela vai ajudar outras mulheres nos partos. A cicatriz não existe mais, a dor na barriga passou. A aversão ao toque não existe mais agora, tava aberta, interagia, sorria, cuidava das pessoas, dos bebês, das mulheres, era outra pessoa. Ela aprendeu sobre as questões da reencarnação, as questões científicas de como o espírito se liga ao corpo da mãe, como ele se acopla de fato ao corpo, aprendeu que a existência tem o seu sentido, que ela ficou impressionada com o que viu, mas que aquilo foi exatamente como tinha que ser. Ela já tinha tido outras experiências envolvendo parto, maternidade, etc, e aquilo meio que veio à tona inconscientemente para ela naquele momento. No fundo ela sempre se sentiu incapaz de lidar com aquela situação, por conta do transcendente. Se ela tivesse confiado, se tivesse permitido, tudo seria diferente. Se ela tivesse se permitido sentir, se envolver, tudo teria sido diferente. Teve o apoio de todo mundo que vivia naquela comunidade, mas ela nunca se permitiu fazer parte de verdade, por medo. Tentou buscar o sentido das coisas, ao invés de viver e sentir. Mas ela ficou bem, percebeu o quanto as coisas são simples. O medo de se envolver não existe mais, ele existia porque tinha essa questão envolvendo a sexualidade, o feminino, a maternidade, tinha muita coisa inconsciente, ela não queria viver as consequências de uma relação, porque ela sabia que podia ficar grávida e tudo. 
Tou vendo um homem negro, de barba branca, tá sentado, mastigando alguma coisa, tipo uma palha, com um chapéu.¹
'Fia, seu corpo é sagrado. Cê é fia de Deus. Cê é bendito fruto da luz divina, fia. Cê carrega a semente, a mesma que a Virgem Santíssima carregava em sua barriga, fia. Carregar a semente divina na barriga, fia, é grande bênção, grande luz, grande oportunidade de ser portal, de receber e dar, fia, ao universo a oportunidade de mais um espírito receber os aprendizados que só a Terra dá. Não tá sozinha não, fia, não tá sozinha não... Pode confiar nesses amigos, fia. Quando esses amigos falam com fia, a fia tem que confiar, tem que entregar o coração a Deus Pai Todo Poderoso. Porque quando os fios fazem isso estão entregando ao grande poderoso do universo, fia, o caminhar das coisa do mundo. Porque 'nois num' sabemos o caminhar das coisas, 'nois num' sabemos qual o melhor pra todo mundo. Mas que Deus Pai Todo Poderoso dá a cada um de seus fios a oportunidade, fia, de viver aquilo que é necessário para construir, pra crescer, pra compartilhar né, fia? A fia sabe que tem amor nesse coração, então deixe esse amor fluir para todo canto que minha fia for. Deixe esse amor transbordar, fia, porque quando existe amor, não existe dor. Porque só o amor que conecta os meus fios a Deus Pai Todo Poderoso. Cê pode confiar, fia, nesse 'véio' que tá falando. Cê pode confiar. Às vezes os fio têm que andar para terras distantes, como esses 'nego véio' tiveram que fazer né, fia? Mas tiveram que confiar, fia, porque quando a chibata bate nas costas, se a dor tomar conta, os 'nego véio' tudo se perde. Perde as esperanças, perde o amor que um dia sentiu no coração, fia. Mas aqueles que entenderam o propósito divino na vida de cada um, conseguiram se adiantar, conseguiram caminhar e agora tão tentando né, fia, ajudar os que ficaram a chegar também. Fia e esse companheiro são dois espíritos que já têm compreensão de algumas coisas né, fia? Agora é hora de deixar o amor chegar àqueles que necessitam. Ajudar aqueles que não têm esperança a se recordar do propósito. A ser portal, fia, seja o portal físico ou o portal da alma. Salve Deus, sê Pai Benedito das Almas, com a permissão desses espírito né, fia, para trazer um pouquinho de tranquilidade para esse coração. Cê confia viu, fia, porque as coisas são bela e para Jesus tudo tem razão, tudo tem solução e caminho. Graças a Deus."


Com essa regressão, Bárbara pôde sentir alívio em seu coração e perceber que em mais uma experiência do passado, sua maternidade recebeu a oportunidade de ser trabalhada e vivenciada com harmonia, com entrega. Ela compreendeu que se na vida atual ainda existem questões mentais em relação a esse assunto, o trabalho que ela deve fazer é o de confiar, ao invés de sentir medo, é o de compreender que tudo tem sua ordem e sua razão, que pode ser, sim, capaz de ser portal, capaz de receber as bênçãos de uma gestação tranquila. Alguns dias após esse desligamento de memória e essa compreensão, Bárbara menstruou e está aberta, tranquila e ansiosa para continuar a tentar, desta vez com o coração "limpo", sem medos, sem autojulgamento, sem questionamentos sobre si mesma e sobre possíveis "punições" que possa estar vivenciando. Ela se sente pronta para abrir os braços para o envolvimento emocional e a entrega que uma situação de maternidade tem a oferecer a uma mulher. 


¹Ao final das regressões é comum que os mentores deixem mensagens, orientações ou instruções às pessoas. Nessa regressão especificamente, este espírito que se intitulou Pai Benedito das Almas teve a autorização para se manifestar e trazer essa linda mensagem, a fim de tranquilizá-la e reafirmar todas essas questões em seu coração. 














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