Estudo de caso: uma execução pública e injusta na Grécia Antiga

Bárbara, à época desta regressão, estava trabalhando em uma unidade de saúde mental, em uma cidade próxima de sua residência. Ela relata que já estava vivenciando um sentimento de frustração e de injustiça, pois havia muito trabalho a ser feito em prol dos pacientes que ali chegavam, mas via-se de "mãos atadas" pelas limitações da prefeitura, ou pela falta de interesse público em investir em Saúde Mental. Ela percebia que este era um assunto que mexia muito com ela e que desde que se entende por gente, tem vontade de revolucionar muitas realidades, transformá-las para melhor. Mas quando se depara com os sistemas, as burocracias, o "corpo mole" de algumas pessoas, sente-se totalmente impotente, frustrada e desmotivada, bate um sentimento de injustiça e uma inevitável reação de intolerância e impaciência. 
A primeira regressão de Bárbara postada neste site pode ser lida aqui. É possível perceber uma linha de similaridade de conteúdos. Mas a regressão de hoje é mais antiga. Nesta vida, os mentores dela resolveram desligá-la de uma situação bem anterior, na qual estava sintonizada, além de trazer elementos conscienciais e conselhos referentes a o que compreender sobre a relação entre a sensação de desejar fazer transformações e a realidade do tempo e do espaço. Vamos mergulhar?

"A única coisa que eu vi é a imagem de alguma coisa vindo na minha direção, como se fosse uma fruta, ou algo assim. Como se alguém tivesse arremessado em minha direção. Parece uma fruta, não sei. Antes eu tinha visto um cara com uma barba meio ruiva, careca, com uma armadura que parece ser aquelas épocas antigas, tipo de gladiadores, não sei. Eu vi ele com um machado, tipo para ameaçar uma pessoa que estava deitada no chão. Tive a sensação de que ele estava pisando na cabeça dessa pessoa que estava deitada. Eu tava sentindo uma pressão na cabeça antes de ver isso. Mas não sei se tem ligação com a fruta que foi arremessada na minha direção. Acho que esse cara da barba vermelha me deu um golpe na cabeça, eu vejo ele sacudindo o machado pra cima, como se tivesse se vangloriando para esta plateia que está vendo isso. Acho que eu vi uma mulher, com uma roupa bem típica mesmo, ela está com uma pulseira dourada, vejo ela colocando a mão no rosto chorando, parece que ela era minha mulher e está chorando pelo que aconteceu. Vejo pessoas jogando coisas em cima de mim, mesmo depois disso ter acontecido. A sensação que dá é que eu ainda estou lá, não sei se preso ao corpo, não sei se ainda não tinha desencarnado e estou vendo tudo, meio fraco, não sei... Acho que sinto raiva. 
Acho que estou vendo algumas pessoas velando o corpo, como se eu estivesse deitado em cima de um negócio feito de pedra. Vejo essa moça chorando, tá abraçada com outro homem, chorando no peito dele. Sinto dor na cabeça e nos ouvidos... Acho que estou observando as pessoas em volta de mim e não estou entendendo bem. Como se tivesse inconformado e estivesse lá por perto. 
Eu acho que estou me vendo andando numa grama verde, estou tipo com uma bata branca e uma calça branca. Como se estivesse sozinho, andando descalço. Eu vi bem rapidinho como se fosse uma casa, ela parece meio Grega, tem aquelas colunas assim... Tem uma passagem até a porta, uma escada e do lado tem dois lagos, como se eu estivesse chegando neste lugar. Vi uma mulher loira, com cabelo bem comprido e ondulado, com uma roupa branca bem comprida, como se usasse uma capa que arrasta no chão. Vejo ela virando de costas e andando pra dentro, como se estivesse me chamando e levando. Entro olhando pra cima, como se tivesse maravilhado com o lugar, dentro deste lugar. 
Tou vendo a cena de novo, mas agora com mais detalhes, eu acho. Eu vi ele me golpeando na cabeça, ele arranca o machado e sacode pra cima, como se estivesse se vangloriando por isso, vejo as pessoas jogando frutas em cima de mim, pessoas me arrastando pelo pé, para me tirar deste lugar, que é como se fosse uma arena. Vejo a moça chorando. Acho que é coisa de Grécia Antiga mesmo... Veio alguém limpar meu rosto bem rápido, não sei se é aquela moça que tava chorando, acho que não. Acho que é como se eu estivesse vendo a cena de novo para entender o que aconteceu. Me vejo chorando, com essa mulher que eu acho que me recebeu, encostado com a cabeça no peito dela. Quando me vi chorando parecia que estava inconformado mesmo, com isso. Como se eu tivesse sido morto por um motivo que eu não tenho culpa. Como se tivesse sido acusado de alguma coisa que eu não fiz, ou algo assim. Ainda sinto a cabeça um pouco pesada. Tou vendo uma pessoa tocando uma harpa, não sei se sou eu, ou outra pessoa. Eu acho que tem outras pessoas nesse lugar, andando por esse jardim verde, perto dos lagos. Do lado de dentro parece que é bem alto, tem um monte de arte pela parede. Parece que eu fico olhando a parede. Acho que vou entendendo devagar tudo isso, o porquê de tudo isso e vou me sentindo mais aliviado. 
Tenho a sensação de ter visto a moça que tava chorando entrando pela porta e como se eu corresse para abraçar ela, receber ela. Mas ela não tá triste, ela está feliz em me rever. Parece que foi bastante tempo depois, porque não estou mais inconformado. Eu me vejo abraçando ela, beijando ela, vejo ela se ajoelhando no chão e beijando a minha mão, como se realmente estivesse sofrendo muito com a ausência e muito feliz com o reencontro. Aí eu me vejo agachando até ela como se tivesse dizendo 'não precisa... levanta'. E aí a gente vai andando por este lugar, olhando pra cima, como que observando as artes nas paredes. 
Me vem o pensamento de que a gente nem sempre pode resolver tudo, ou solucionar tudo, inverter tudo. Talvez seja justamente se submeter a esta frustração, de ser impotente, que é o importante. Lidar com essa sensação de impotência é que é o importante. Não sinto mais dores, tou tranquilo. Estou sentindo pena do cara que fez isso, como se ele fosse ter uma grande queda quando ele descobrisse qual a verdade por trás de tudo aquilo. Talvez seja por isso que a moça chorou tanto, porque ela sabia que eu não tinha culpa do que eu estava sendo condenado, mas ela não podia fazer nada. Só me vejo junto com ela, andando, só isso... 
Eu vi o céu bem amarelo e laranja, como se fosse o pôr-do-Sol. É um lugar bem bonito. Me sinto bem, tranquila... Parece que fico tranquilo, por ali, perto de várias pessoas, com ela... Acho que vem o pensamento de 'deixa ela ir', a vida, 'deixar ela ir, não me preocupar muito. Que a gente sempre entende no final."

Bárbara conseguiu fazer uma relação íntima entre esta situação exposta e sentimentos que andava tendo em relação ao trabalho. O sentimento de frustração e impotência em relação ao que acha injusto e a consequente desmotivação ou reação de intolerância e raiva, são tendências da Personalidade Congênita que estiveram presentes nesta encarnação e ainda permanecem até hoje. A importância de recordar os ensinamentos recebidos na vida espiritual e os sentimentos sentidos enquanto espírito, para trazer leveza ao cotidiano e possibilitar a Reforma Íntima que está sendo buscada nesta encarnação. A necessidade de se recordar que muitas vezes, é exatamente lidar com o sentimento de frustração, trazendo a compreensão de que tudo tem seu tempo, de que tudo tem sua explicação e de que é importante deixar a vida fluir naturalmente, que o espírito está buscando em uma nova jornada. Para alcançar mais compaixão, mais tolerância, mais paciência com o tempo do mundo. Agindo naquilo que é possível, mas reconhecendo as limitações naturais. 
Bárbara também fez um link entre esta vida e uma dificuldade que tem, desde pequena, com o lado social. Ela sempre se viu como uma pessoa mais tímida, recatada, com um certo receio de julgamentos e esta questão estava bem aflorada em seu momento atual, pois estava sendo colocada a enfrentar estes medos para conseguir se dedicar à arte. A arte, que pareceu ser tão familiar ao espírito dela, nesta vida acessada, é algo com que ela se identifica muito na vida atual, porém esta dificuldade com o social, com o julgamento, um certo medo de se expor, estava trazendo dificuldades para desempenhar este papel de forma plena. Ela fez, portanto, a relação desta experiência de execução pública, de exposição e julgamento, com as dificuldades atuais e sentiu-se realmente mais aliviada e mais preparada para se projetar artisticamente sem medo. 

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