Estudo de caso: regressão por desenho, buscando o colorido do espírito


Marina é adolescente, chegou à Psicoterapia Reencarnacionista em um processo de abandono da escola, após começar a demonstrar sintomas de ansiedade e depressão. O contexto escolar, por algum motivo, trazia mal estar e só de pensar em voltar, a ansiedade tomava conta. Após alguns meses sentindo uma certa resistência com o processo terapêutico, por receio de não conseguir regredir, por medo da regressão, apesar de ter plenas condições de conseguir, resolvemos tentar algo diferente. 
A regressão por desenho é uma técnica utilizada com crianças mais novas, que ainda não têm condições de deitarem e relatarem com clareza o que estão visualizando. Mas já têm idade suficiente para se expressarem por meio do desenho. O processo é exatamente o mesmo, os Mentores Espirituais vão mostrando uma história, a criança vai desenhando e contando o que está vendo, com início, meio e fim num ponto ótimo. 
A regressão por desenho foi uma estratégia pensada por nós para que Marina se sentisse mais à vontade para se entregar. Ela sempre gostou muito de desenhar e tem grande talento para isso. Ela topou e, em menos de duas horas, trouxe esta magnífica regressão narrada abaixo. Vamos mergulhar?

"Entrou na casa e encontrou com outra moça... A que chegou em casa ouve da outra "parece que você não aprende nunca! Sempre a mesma coisa!" e a primeira sente que tenta fazer de tudo para não ser o que a pessoa está falando, parece muito sentimento de culpa.
Ela vai para outro lugar, senta em umas pedras, em frente ao mar... Ela entra no mar, sem a intenção de voltar. Uma pessoa desconhecida a encontra deitada na areia, mas a sensação é de que ela não queria ser encontrada. Transmite que foi lá para ajudá-la, mas ela fica brava com ele, porque ela não queria ser ajudada. O moço a leva de volta para casa. A moça que está na casa acha ruim, mesmo depois de tudo o que a outra passou.
Um tempo se passa... A sensação é de que a moça está longe da outra, como se tivesse ido morar em outro lugar. Uma pessoa nova pergunta a ela se ela nunca mais vai querer ver a outra moça. Ela responde que não, pois não faria diferença e ela voltaria a ouvir as mesmas coisas de sempre. Ela se sente muito triste por não falar com a outra. Na verdade tudo isso ainda existe no coração dela, apesar de demonstrar e dizer que está tudo bem. Ela é muito sozinha, não tem ninguém e é por opção dela, porque ela não quer ficar triste e decepcionas as outras pessoas. 
Outra grande passagem de tempo... Ela já é idosa. Ela reencontrou o mesmo moço que a salvou no mar. Eles conversam sobre a vida e ele faz a mesma pergunta que ela ouviu a vida inteira, se ela tinha se acertado com aquela moça, a resposta dela continua a mesma. Eles se reencontraram num mesmo lar para idosos. 
Ela morreu. Agora está em um lugar cheio de árvores, grama, uma cena colorida. Antes não tinha no que colocar cor. Mas ela ainda está sem cor... Sentada, olhando para a paisagem bonita. Ela chegou nesse lugar, pensou em procurá-la, falou com alguém, mas disseram que ela ainda não podia vê-la, que ela está em outro lugar, que não podia saber ainda... Ela tentou explicar que tudo ali tinha cores, mas ela ainda continuava sem cor. Para ela era necessário ainda "tirar satisfação" com a outra moça, do porque dela sempre ter sido difícil com ela, para que ela possa ter as mesmas cores de lá. O moço diz que não é assim, que a outra moça precisava entender algumas coisas antes, que pudessem se encontrar e conversar. Por mais que a outra tinha falecido antes, ela conseguiu estar num lugar diferente da outra moça. 
Passa um tempo, um tempo diferente, ela está vivendo numa casinha colorida e aquele moço foi atrás dela. Ele diz que agora elas podem se ver. Ele explica que elas precisam escolher que farão diferença. Se elas querem se ver mesmo, terão que fazer outros planos para outra vida, porque por enquanto elas não podem ficar juntas lá. Ela podia continuar lá, mas se ela quisesse se acertar com a outra, ela teria que voltar. Ele diz que o "erro" dela não foi necessariamente não ter ido atrás dela, mas ter ficado sozinha, ter deixado se afetar, não fez amigos... Ela ficou com medo a vida toda de se decepcionar com as outras pessoas. 
Ela já podia ficar lá, descansar... Mas ela pensa um tempo e ficou na cabeça como pode ficar lá se as cores ainda estão preto e branco? Ela pergunta a ele. Ele diz que ela já tem, mas ainda não vê. As cores dali ela tem, ela só não vê porque esse sentimento das cores não combina com a culpa. Ele explica que há vários níveis lá em cima, de por que não precisar voltar, não necessariamente por culpa ela teria que voltar... Ela pode parar de sentir esta culpa lá. Ela entende, mas pergunta da outra moça. Ele fala que a escolha que ele deu a ela tem a ver com esse plano de vida, para ela entender o que deixou de fazer (para que a outra moça entenda). Pergunta como será para ela caso ela não vá. Ele diz que teria que "disponibilizar" outras pessoas para irem com a outra moça. Eles se despedem.
Ela volta para a casa colorida, continua pensando. Para na frente de um "espelho", água caindo, ela pensa que mesmo ela podendo ficar, seria egoísta da parte dela, na cabeça dela ela pode fazer algo para ajudar a outra moça. 
Sai da casinha correndo e fala com ele que ela aceita. Ele acha bom. Ela pergunta se vai poder vê-la antes. Ele diz que não, parece que onde ela está, ela nem devia já reencarnar, ela só tinha a opção de voltar porque havia uma opção mais rápida de voltar com ela... Mas não poderiam se ver até voltar. 
Vejo ela esperando o resto acontecer... Esperando o planejamento. Tá olhando a vista de dentro da casa. Ela olha para a direita, no reflexo e começou a ver a cor dela.Ela pode parar com o sentimento de culpa lá. Já está um pouco mais parecida com as pessoas de lá. 
Ela se sente um pouco aflita de como as coisas serão, porque parece uma exceção. Mas não é esperando que será igual. Na cabeça dela será diferente, pode não corrigir tudo, mas não será igual. Por mais que tudo isso tenha acontecido, alguma coisa vai ser diferente. 

'Por mais que as coisas tenham sido de um jeito antes, elas sempre serão diferentes, sempre para melhor'¹. "

Podemos perceber pela narrativa diversos pontos em comum com o que Marina vivencia atualmente, o sentimento de culpa, a tristeza, a sensação de inferioridade, a tendência a buscar o isolamento, o afastamento como forma de se proteger, a ideação suicida... Nesta regressão Marina conseguiu perceber que estes são padrões que está trazendo em sua Personalidade Congênita² e que nesta vida relatada, houve o encontro com um espírito que lhe serviu de grande gatilho para entrar em contato com essas questões. Assim como hoje, vivenciando uma encarnação como Marina, vivencia os gatilhos atuais. 
Interessante notar como a percepção dos planos espirituais chega com sutileza. O espírito dela, ainda sofrendo as impressões da vida de encarnado, percebeu-se ainda "distante" daquela realidade, retratado pela cor preto e branco, que se contrastava com o colorido do local. Era necessário compreender sobre os processos vividos, relembrar que é um espírito, não sentir mais culpa, para que o colorido, que já existia dentro de seu "coração", pudesse ser enxergado. 
Esta metáfora linda retratada pelos mentores nos faz compreender mais uma vez sobre o Eu Superior e o quanto esta luz, este colorido já está presente no âmago de nossos espíritos, mas a vida encarnada, o domínio do Ego, as ilusões do Ego, fazem com que esqueçamos disso e nos deixemos levar pelas inferioridades da personalidade. 
Por fim, mais uma chance se fez presente e ela, em espírito, percebeu que era uma grandiosa oportunidade, não só para ela, mas para aquela outra moça, poder voltar e buscar acertar as diferenças entre elas. Buscar superar tudo isso, não mais se isolar, não mais se sentir culpada, construir relações mais próximas, de mais compreensão e tolerância. Não sabemos qual vida se seguiu após esta. Mas a vida atual de Marina é, com certeza, mais uma chance de reparar tudo isso. Cabe agora a ela decidir se ela irá trazer esta compreensão para a sua encarnação e aproveitá-la melhor ou se recairá nas velhas tendências da Personalidade Congênita!
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¹ esta foi uma mensagem trazida intuitivamente pelos Mentores à Marina ao final da regressão.
² para saber mais sobre personalidade congênita clique aqui

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