Estudo de caso: o amor incondicional da maternidade em três estágios da evolução.




   Fernanda é ginecologista e obstetra, vive e trabalha em uma cidade bastante afastada da de sua família. Quando casada com seu ex marido, vivendo uma relação complicada, sentindo desejos gigantescos de ser mãe e de construir sua família, fortalecidos pelo contato com a maternidade diariamente em seu trabalho, fez algumas tentativas e tratamentos para engravidar, mas não obteve êxito. Um certo dia, chegando para assumir plantão no trabalho, deparou-se com uma mãe em período expulsivo e precisou agir rapidamente para realizar seu parto. Para a sua surpresa, tratava-se de um parto extremamente delicado e arriscado, pois a mãe não havia sido acompanhada ao longo da gestação, provavelmente sofria de diabetes gestacional, pois seu bebê pesava quase 6 kg. A mãe já estava em trabalho de parto há algumas horas naquele hospital e havia sido pouco assistida pelos profissionais do plantão anterior. Todo esse conjunto de situações fez com que aquela fosse a experiência mais séria e traumática que Fernanda enfrentaria até então em sua profissão. O bebê era muito grande, o parto foi muito difícil. Ali Fernanda inconscientemente entrava em contato com experiências muito remotas, que se remetiam a uma vida passada. Esse trauma a afastaria por um bom tempo de sua atuação em partos, levantaria sentimentos de culpa, angústias profundas, ansiedade, medo, pânico, além de uma depressão que a fazia sentir que estava deixando a vida ir, sem que saísse do lugar. Esses sentimentos, associados à frustração de não conseguir ser mãe, conjuntamente com o fim do relacionamento que gerou amplas angústias, fez com que Fernanda se isolasse em  sua rotina, alimentando um sentimento de auto-punição, desesperança e incapacidade. Ela ainda tinha um desejo enorme de ser mãe, mas antes precisava encontrar o amor de sua vida. Sentia também muito medo em pensar no retorno às atividades normais da obstetrícia, o que a fez permanecer nos atendimentos ambulatoriais por tempo indeterminado. Com o intuito de ficar melhor, de superar esses acontecimentos e de compreender a possível origem de tantos sentimentos, Fernanda buscou a Psicoterapia Reencarnacionista e, em sua primeira regressão, seu Mentor Espiritual possibilitou um desligamento de três vidas, além de uma compreensão profunda e riquíssima acerca desses fatos e desses sentimentos. Vamos mergulhar no passado?

   Extremamente serena e corajosa, Fernanda deitou-se para sua primeira regressão. Não demorou muito e ela já via uma mulher parada em pé, em uma época muito antiga, com uma criança pendurada em sua cintura. Ambas pareciam assustadas, como se estivessem fugindo de alguém, mas ela tinha a sensação de que a mulher, mesmo querendo correr, não saía do lugar. Logo chegou um grupo de homens a cavalo, que separaram bruscamente a criança da mulher. O filho chorava muito, a mulher havia sido levada para sempre. Ela foi depositada em uma espécie de prisão subterrânea, um local escuro, imundo, com várias outras pessoas presas, mutiladas e até mortas. Ela estava com muito medo e muito preocupada com seu filho, que não tinha mais ninguém. Estava machucada, com muito sangue, segurava algo que seu filho tinha entregue a ela, dizendo que ficaria tudo bem. Ela sentia que não sairia dali viva, sentia angústia, medo. Seu desencarne ocorreu pouco tempo depois e seu espírito parecia ter ido, por sintonia, para um lugar também muito escuro, de muito sofrimento. Ali pairava uma angústia profunda, murmúrios, gemidos sofredores, havia outros espíritos em diversos estados e ela se via como se estivesse oca, como se fosse apenas um corpo desalmado, sentia-se vazia, dominava-se por sentimentos negativos que a mantinham presa ali. Muito tempo se passou nesse local, parecia que ela já fazia parte do relevo, quando seus sentimentos e pensamentos puderam finalmente sofrer modificações. Ela sentia arrependimento por tudo o que havia feito, principalmente por ter negligenciado seu filho, por ter deixado a vida acontecer como aconteceu. E nesse ato de mudança de sintonia, ela pôde ser auxiliada por seres elevados e foi levada para se recuperar em um hospital. Suas feridas iam sendo tratadas, ela ia compreendendo pouco a pouco o que estava fazendo ali. A vida que havia passado tinha sido uma vida de muito sofrimento. Ela se prostituía para poder sobreviver, engravidou diversas vezes, mas livrou-se dos bebês cometendo abortos. O filho que havia nascido era como um estorvo para ela. E ali, naquele cenário superior, no meio de tanta paz e leveza, ela conseguiu se recuperar, "fisicamente" e "mentalmente", conseguiu compreender sobre suas atitudes e sobre o que era necessário fazer dali em diante. Desenvolveu alguns trabalhos, ficou bem, mas teve que voltar. 
     Em uma segunda vida, Fernanda se visualizava em seu próprio parto. Era como uma índia, no meio de uma floresta, parindo seu bebê totalmente sozinha. Mas Fernanda se assusta ao ver que aquela mulher, ao invés de desfazer a circular de cordão que envolvia seu filho, puxou o cordão umbilical a fim de executá-lo. Uma cena extremamente forte, que gerou até dificuldades em ser descrita. Logo em seguida ela compreendeu que aquilo precisou ser feito, pois ela fazia parte de uma tribo que punia mulheres adúlteras assim. Ela foi obrigada a parir sozinha e executar o bebê, pois ele era fruto de uma relação adúltera. A princípio parecia que ela estava apenas cumprindo uma ordem. Mas dali em diante, iniciou uma vida de muita angústia, culpa e arrependimento, isolou-se completamente. Mergulhou em um sofrimento tão grande, que já não fazia nada mais de sua vida, além de ter desenvolvido algum transtorno mental que a incapacitou ainda mais. Desencarnou bem mais velha, com a sanidade comprometida. No Plano Espiritual, diferente da outra vida, ela foi para um local de recuperação "mental". A região de seu perispírito onde ficava seu cérebro estava dominada por uma mancha negra. Demorou um bom tempo até que o espírito estivesse completamente consciente novamente. Mas o tempo foi passando e ela foi se desligando daquela sintonia, foi se recuperando, adquirindo compreensão e começou a desenvolver alguns trabalhos.
      Na terceira vida, Fernanda via-se como uma enfermeira de guerra. Ela prestava serviços em tendas montadas para atender vítimas da guerra. Dentre os pacientes, em sua maioria adultos, estava uma criança que provavelmente havia pisado em uma armadilha. Tinha ferimentos graves, estava órfã. Ela sentia prazer em cuidar das pessoas ali, mas o prazer em cuidar daquele menino era diferente. Ela se afeiçoou por ele e desejava muito poder criá-lo, adotá-lo como filho. Foi alertada por seu chefe, no entanto, de que aquele desejo era impossível, uma vez que ela levava uma vida instável, de cuidado com os outros, de muito trabalho, o que a impossibilitaria de dar atenção ao menino. Uma família bastante abastada o adotou, ela se via feliz por ele estar tendo uma oportunidade de ter uma boa vida, mas era tomada por angústia e muita saudade. E assim o tempo foi passando,  ela trabalhou por muito tempo como enfermeira, não teve filhos. Viveu todo o resto de sua encarnação pensando naquele menino, sentindo a falta dele, em contato com uma angústia de não ter podido cuidar dele. Já bem velhinha, em seu leito de morte, desejava poder reencontrá-lo, saber notícias. Para a sua surpresa, aparece um homem já adulto, em cadeira de rodas, feliz de encontrá-la. Era o menino, que havia tentado esse reencontro também a vida inteira, sentia muita gratidão e amor por ela. Ela se emociona muito e relata sentir que viveu toda aquela vida esperando por esse momento. Está feliz de vê-lo bem, sente-se realizada. Depois que desencarnou foi direto para o Plano Espiritual muito bem, dessa vez não precisou de nenhum tratamento, ao menos aparentemente. Fernanda relata que a via trabalhando muito por lá. Ela recebia espíritos recém chegados, tinha um peito com tanta luz, como se seu coração fosse repleto de amor. A energia que emanava chegava nos espíritos recém chegados e lhes proporcionava amor e tranquilidade. Estava muito bem, totalmente recuperada.
      
      Nas sessões de psicoterapia que ocorreram após essa maravilhosa regressão, Fernanda pôde analisar e perceber como a maternidade havia sido trabalhada em cada vida acessada. Na primeira, ela havia cometido erros gravíssimos, vivia uma vida de muita angústia, uma vida vazia, aprisionou-se nesse sentimento, negligenciou seu pequeno filho e acabou desencarnando sozinha e amargurada. Esses sentimentos negativos a fizeram ir para um local que alimentava e era alimentado por sua sintonia. Ao perceber os erros que havia cometido e ao modificar seus pensamentos, conseguiu ser ajudada e logo melhorou bastante. Talvez depois dessa história, quando planejava sua próxima vinda, tivesse planejado vivenciar a segunda experiência, em que experimentaria a maternidade por pouco tempo e logo teria que ser impedida de continuar sua missão como mãe. Ao contrário da primeira vida, nessa ela poderia entrar em contato com a frustração de não poder ser mãe, talvez para aprender sinceramente sobre a maternidade, ou sobre a seriedade de uma vida interrompida. Mas naquela encarnação seu espírito, encarnado como uma índia, mergulhou em um sentimento de culpa e depressão, acabou desenvolvendo transtornos psicológicos e viveu o resto daquela vida sintonizada com o ocorrido. Na terceira vida ela havia escolhido cuidar. Havia escolhido, também, conhecer o espírito que havia sido seu filho na primeira vida. Mas nessa vida, mesmo tendo se afeiçoado a ele e mesmo tendo um desejo enorme de poder cuidar dele, ela não poderia... Nessa vida, a angústia que a consumiu era menor do que nas outras, mas ainda existia. Nessa vida ela talvez tenha aprendido sinceramente a amar aquele outro espírito e quando chegou ao Plano Espiritual, desenvolveu um trabalho magnífico, usando todo o amor que seu espírito já havia alcançado.
      Hoje Fernanda estava ainda sintonizada com esses sentimentos, a angústia de não poder ser mãe, fortalecida ainda mais por seu trabalho como obstetra já a estava fazendo viver um sofrimento que dominava sua encarnação. A impossibilidade de ser mãe, no momento em que fez suas tentativas, talvez não fosse a sentença de uma irreversível impossibilidade de viver a maternidade, apenas uma oportunidade de ser mais e mais persistente, de viver sinceramente o desejo de ser mãe e de compreender, no seu dia a dia, o significado dessa missão. Além disso, o acidente de trabalho que havia vivenciado a tinha feito entrar em contato com todo o sentimento de culpa e arrependimento que a impossibilitou de vivenciar uma encarnação tranquila. O evento, que envolveu a asfixia de um bebê muito grande, foi como uma janela que se abriu em seu inconsciente, fazendo-a entrar em contato com aquele acontecimento traumático lá atrás, ativando sentimentos debilitantes, que a fizeram se afastar parcialmente do trabalho e a fizeram mergulhar novamente em uma situação de sofrimento intenso. 
     Fernanda se desligou dessas três vidas e pôde experimentar um pequeno alívio com essa quebra de sintonia. Mas dali em diante ela precisou compreender os porquês de seus sentimentos de hoje e os motivos pelos quais escolheu vivenciar alguns acontecimentos. Foi uma oportunidade muito bonita de entender sua encarnação atual e receber aprendizados sublimes. Quem sabe muito em breve ela possa retornar a realizar esse trabalho tão nobre, ao invés de recepcionar com amor os desencarnados, recepcionar com amor os recém encarnados? 
       

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