Estudo de caso: Regressões de uma gestante

  O caso de hoje diz respeito à história de uma jovem adulta, em processo de Psicoterapia Reencarnacionista, inserida no contexto de uma primeira gestação, acontecimento não planejado, além de algumas sensações e pensamentos que a estavam prejudicando, trazendo angústia e sofrimento. Por estar grávida, a moça não podia se deitar para regredir, motivo pelo qual foi adotada a regressão à distância¹.
A moça, que aqui chamarei pelo nome de Bárbara, para preservar sua privacidade, descobrira recentemente que estava grávida e vivenciava um início de gestação levemente conturbado, experienciando sentimentos de impotência, insegurança, medo, ansiedade, além de sensações físicas muito fortes, tais como mal estar, tonturas, sensação de estar com a barriga muito maior do que realmente estava (sintomas que, apesar de comuns para o início da gestação, pareciam exacerbados por alguma questão emocional envolvida, ou alguma sintonia com experiências anteriores). Os medos relatados por Bárbara diziam respeito ao planejamento de um parto natural, que soava como algo desejado, mas que despertava um sentimento de receio de que algo grave pudesse acontecer; medo de que estivesse gerando dois bebês e o fato tivesse passado despercebido pelos médicos, o que era corroborado pela sensação de estar com a barriga muito grande, tendo uma sensação de "estufamento". Além disso, Bárbara relatava estar surpresa com o fato de estar grávida, pois afirmava que, apesar de sempre ter tido vontade de ser mãe, nunca conseguira visualizar esse acontecimento em sua vida, tendo a sensação de que nunca seria mãe de fato. 
        Em uma primeira regressão, Bárbara assistia atentamente e se identificava profundamente com as sensações relatadas pela colega que se candidatara a se deitar por ela. A colega, que será chamada de Paula, desconhecia totalmente a demanda de Bárbara e relatava estar vendo uma mulher grávida e estar se sentindo "muito grande", com uma barriga pesada e enorme, que dava a sensação de ocupar toda a sala. Paula contava que essa mulher estava vivenciando um trabalho de parto e estava extremamente ansiosa e tensa. Logo em seguida Paula percebia que a moça e o bebê tinham desencarnado durante o parto. Percebia também que a moça era acolhida em uma espécie de hospital no plano espiritual, onde havia várias outras mulheres cujo perispírito continha ainda a presença de uma barriga de gravidez, espíritos que haviam desencarnado durante a gestação ou durante o parto². Todas elas passavam por tratamentos semelhantes, como se vivenciassem uma modificação energética de seus perispíritos, para saírem, lentamente, da condição de grávidas, que ainda vivenciavam quando haviam desencarnado. No Plano Espiritual essa moça ia lentamente perdendo seus medos e tensões, tinha sua energia modificada, seu perispírito "recuperado" e compreendia, por meio de orientações de seus Mentores Espirituais, que aquele desencarne era necessário e que ela e o espírito da criança haviam escolhido vivenciar o desencarne juntos por uma questão kármica. Eles diziam, ainda, que ela ficasse tranquila, pois ainda teria uma outra chance e que seria necessário que ela mantivesse a calma e a tranquilidade para que tudo ocorresse bem. 
         Naquela mesma regressão, logo em seguida, Paula acessou uma outra vida³. Dessa vez ela via novamente uma mulher grávida, levando a gestação de uma maneira totalmente tensa e conturbada pelo medo e a ansiedade, provavelmente por estar em sintonia com a outra existência relatada. Paula afirmava que a moça estava grávida de gêmeos, mas o fato tinha passado despercebido pelo médico. Afirmava também que os espíritos dos gêmeos, que já se encontravam ligados aos fetos por um cordão prateado, frequentemente acompanhavam a futura mãe, tentando acalmá-la, tentando intuí-la de que eram dois e que tudo poderia dar certo se ela mantivesse a tranquilidade. No entanto, por estar extremamente sintonizada com medo e ansiedade ela não conseguia ser influenciada por eles. E então a moça sofre um parto extremamente complicado e acaba desencarnando, mas os filhos sobrevivem. Uma finalização semelhante ocorre com o espírito dessa moça, mas dessa vez ela recebe dos mentores a instrução de que aquilo ocorreu devido à sua dificuldade em levar uma gestação tranquila, algo que ela havia planejado vivenciar para superar as sintonias que mantinha com a outra existência. No plano espiritual esse espírito continuou melhorando e foi ficando bem até atingir seu ponto ótimo (condição máxima de desligamento e bem-estar do espírito, onde geralmente se finaliza a regressão). Ao fim dessa regressão Paula recebeu dos Mentores Espirituais de Bárbara a orientação de que tudo o que haviam visto dessa vez era para desligar Bárbara dessa sintonia, para que ela vivenciasse sua gravidez de uma maneira mais tranquila. Afirmavam, também, que ela não se preocupasse, pois tudo daria certo dessa vez. 
        Em uma segunda regressão, momento em que Bárbara já estava bem melhor em relação aos sentimentos e sintomas que apresentava no início, mas ainda vivenciava certas angústias e inseguranças, uma colega que chamarei de Helena visualizou uma cena cheia de detalhes. Ela afirmava ver uma cidade que aparentemente vivia um conflito, uma guerra. Ela via pessoas correndo por todos os lados, via destruição e via uma moça, amedrontada, insegura e sozinha. Helena demonstrava sentir a angústia da moça, emocionava-se, relatava que ela tinha perdido todo mundo e estava com medo por não saber para onde ir ou o que fazer. Essa moça também estava grávida, assim como as outras das outras vidas, por esse motivo ela tinha dificuldades para correr, sentia-se mal, algo estava acontecendo. Então um homem a segurou pelas mãos e a puxou correndo, acalmando-a e dizendo que tudo ficaria bem. Ele a levou para uma unidade de saúde, afastada da confusão da cidade. Ali tinham enfermeiros e médicos prontos para atenderem enfermos e ela foi recebida emergencialmente. Helena percebeu que a moça havia desencarnado ali, mas ainda havia uma certa confusão em relação à sensação de desencarne. A equipe tentava salvar o bebê, a moça ainda se sentia ali, não compreendia o que havia acontecido. Fora resgatada por um espírito amigo, talvez seu Mentor, e levada para um hospital no Plano Espiritual, onde se recuperou energeticamente. A princípio ela não compreendia muito bem o que estava acontecendo, depois teve a oportunidade de receber orientações e esclarecimentos, momento no qual compreendeu que havia desencarnado, mas seu filho estava sendo cuidado por outra mulher. Ela teve a oportunidade de visitar esse bebê, que era um menino, posteriormente, e frequentemente enviava bons pensamentos e energias para ele. Ela teve a oportunidade de compreender, também, por que tivera passado por algumas experiências em que desencarnara durante o parto. Disseram a ela que ela tinha escolhido passar por essas experiências para reparar um erro que cometera em uma vida mais remota,  em que cometera diversos abortos. Seria, portanto, uma tentativa de consertar seus erros, trazendo outros espíritos à vida, mas despedindo-se da sua. Além disso, viver a dor de não poder ser mãe também a ajudaria a compreender o valor da vida e o valor do respeito à vida do outro. Chegando ao ponto ótimo, aquele espírito se sentia muito bem, muito pleno, experienciava a energia maravilhosa do Plano Espiritual e preparava-se para voltar novamente. Ao final dessa regressão, Helena reproduziu as palavras dos Mentores Espirituais de Bárbara, que diziam que ela se mantivesse sempre sintonizada com a paz e a tranquilidade, que ela aproveitasse e muito sua gestação, pois era um grande presente e uma grande oportunidade de dar a oportunidade de vida à um espírito de muita luz, diziam ainda que ela não se preocupasse com problemas secundários, que aquele era o momento dela ficar tranquila e calma. Acalmaram Bárbara dizendo que esse era um reparo passado, ou seja, o peso evolutivo dos abortos que cometera já havia sido dissolvido nessas experiências que ela viveu, mas era importante relembrá-las para se desligar dos sentimentos e sensações que vinham delas. Completaram essa magnífica oportunidade afirmando que o espírito que já se ligava ao seu corpo espiritualmente, sob o formado de um embrião que se desenvolvia rapidamente, era um espírito com o qual já convivera e seria muito especial, que estava trazendo muito amor, que seria muito inteligente e teria uma missão muito bonita. Helena "voltou" da regressão emocionada e Bárbara também não conseguiu se conter de emoção, compreendia por que se sentia daquela maneira e estava extremamente entusiasmada para aproveitar sua gravidez, sentindo uma enorme gratidão por essa oportunidade.

     O caso relatado envolve sentimentos autênticos de medo e ansiedade que se ligavam ao fato de estar vivenciando uma gravidez pela primeira vez, sozinha e despreparada. Bárbara não havia planejado a gravidez, seria mãe solteira, sentia-se incapaz de arcar com tamanha responsabilidade, mas tinha muita vontade de levar adiante essa experiência. Ela percebia que as sensações que tinha estavam exacerbadas por algum motivo que ela desconhecia. Seu mal estar físico a fazia sofrer constantemente. Mas por meio da Psicoterapia Reencarnacionista ela conseguiu compreender toda aquela sintonia e compreendeu, também, que apesar de ser uma situação difícil para ela, era uma enorme oportunidade de viver uma maternidade da qual foi privada várias vezes. Depois dessas regressões Bárbara se sentiu muito melhor e passou a enxergar sua gestação de uma maneira mais positiva. Conseguiu, inclusive, fortalecer sua ideia de ter um parto natural, sem medo, pois sabia que nada grave aconteceria. Apesar de já ter concluído sua etapa evolutiva referente aos abortos que cometera, Bárbara relata que possuía sentimentos ambiguos em relação à maternidade: ela sentia um desejo grande de ser mãe, mas não conseguia se visualizar como uma. Além disso, ela possuía uma condição complicada em seu sistema reprodutor que tornava difícil uma gravidez planejada, fato, inclusive, que a surpreendia, uma vez que mesmo orientada quanto à dificuldade de engravidar, acabou engravidando de uma maneira totalmente inusitada e fora do que teoricamente se esperaria pela medicina. Agora Bárbara vive intensamente a possibilidade da maternidade e se desligou quase que completamente de todos aqueles sentimentos. 

------------------------------------------------------------------------------------------------------------   O caso foi relatado com o consentimento da pessoa e teve nomes alterados para garantir a privacidade e o sigilo. 
         

1- Regressão à distância é uma possibilidade de regressão em que uma segunda pessoa se deita para a outra que queira regredir. Os mentores espirituais da pessoa que quer regredir mostram a vida passada para a pessoa que se candidata a deitar. Esse tipo de regressão possibilita o mesmo efeito de desligamento de uma regressão presencial. A pessoa que quer regredir assiste à regressão sentada ao lado de quem se candidatou a regredir por ela. Esse tipo de regressão é adotada quando a pessoa não pode regredir (por motivos de saúde), não consegue regredir (por algum bloqueio) ou está ausente (sempre com o consentimento prévio). No caso presente, a regressão à distância foi adotada pois a regressão presencial é contraindicada para gestantes, devido a um risco de estar exposta a fortes emoções e, portanto, é tomada como uma medida preventiva. 
2- A visualização de uma unidade de tratamento para espíritos "grávidos" era um fato desconhecido pela terapeuta, por Bárbara e por Paula, mas o fato foi comprovado posteriormente, por uma pessoa estudiosa da Doutrina Espírita. Segundo ela, existe de fato a possibilidade de o perispírito conservar a forma da gravidez após o desencarne, quando esse ocorre no meio da gestação ou no parto, pois o espírito ainda se conserva naquela energia e naquela forma. No entanto, não há a existência de um feto ali, é apenas o formato do perispírito e a energia que faz parte do processo da gestação. 
3- É comum a pessoa acessar mais de uma vida em uma só regressão. Às vezes isso ocorre para ser realizado um desligamento e uma conscientização de algo que se repetiu ao longo das várias vidas acessadas. Às vezes os Mentores Espirituais escolhem mostrar vidas que se completam ou geram uma melhor compreensão acerca de algum fato. 

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